Tuesday, October 17, 2006

Auto-Avaliação nas Escolas

O êxito escolar não passa apenas pelo esforço dedicado dos professores e pelo espírito de missão dos órgãos de gestão das escolas. É necessário apostar em referenciais de excelência reconhecidos nacional e internacionalmente, que já tenham dado provas de estarem adaptados para a construção de uma gestão escolar de excelência, através de processos de melhoria contínua e de acordo com o ritmo possível de cada escola.

A CAF (Common Assessment Framework/Estrutura Comum de Avaliação) constitui um modelo de análise organizacional, baseado no modelo de Gestão de excelência da EFQM (European Foundation for Quality Management), que aplicado de forma contínua e sistemática, permite à Escola realizar um exercício de auto-avaliação.A auto-avaliação é um processo de avaliação interna, mas a intervenção de agentes externos revela-se fundamental para uma maior objectividade da avaliação, pois tem o distanciamento de um olhar externo.Com efeito, muitas escolas têm recorrido a consultores externos, com o saber técnico sobre avaliação, sistemas de gestão de qualidade, processos de melhoria contínua e trabalho de equipa. Temos implementado a CAF em várias escolas e são exemplo disso a Escola Secundária da Amadora, Escola Secundária de Caneças, Escola Secundária Leal da Câmara, Escola Secundária Damião de Goes, Escola Secundária José Gomes Ferreira, Escola Secundária IBN Mucana, Escola Secundária Pedro Nunes, Escola Secundária Fonseca de Benevides, Escola Básica de Pêro Alenquer, Escola Profissional Agrícola D.Dinis e o Externato Cooperativo da Benedita.
A auto-avaliação tem carácter obrigatório, definido na Lei nº 31/2002 de 20 de Dezembro, designada por “Lei do Sistema de Avaliação da Educação e do Ensino Não Superior”. A Lei não estabelece normas relativamente aos procedimentos de avaliação, mas formula a exigência de que estes se devem submeter “a padrões de qualidade devidamente certificados” (artº7).Para além das escolas com a implementação da CAF cumprirem esta Lei, a auto-avaliação também permite às escolas “gerir a pressão da avaliação externa institucional”, quer antecipando a identificação dos seus pontos fortes e áreas de melhoria, delineando as estratégias adequadas de melhoria, quer preparando a justificação/fundamentação das fragilidades identificadas pelos serviços de avaliação externa (Inspecção-Geral da Educação) e é um excelente instrumento de “marketing”, podendo divulgar os resultados junto da comunidade, contribuindo para o seu reconhecimento público.
Utilizando uma metodologia de auto-avaliação com a participação das partes interessadas das Escolas, nomeadamente Pessoal Docente e Não Docente, Alunos e Encarregados de Educação, a CAF permite uma reflexão profunda daquilo que a Escola é e quer ser, a definição de objectivos de melhoria sustentada, a escolha das estratégias mais adequadas, a revisão dos processos de trabalho, o aproveitamento das tecnologias como forma de colocar a Escola em casa dos alunos e a necessidade de ir ao encontro dos cidadãos que constituem a missão das Escolas: o Aluno e os seus familiares ou encarregados de educação.

A implementação desta metodologia de auto-avaliação implica a constituição de uma equipa de auto-avaliação constituída por elementos internos e externos. A equipa interna é constituída por elementos da escola que sejam representativos da comunidade educativa com conhecimentos profundos sobre a realidade da escola onde se inserem. A equipa externa é constituída por consultores externos para o apoio do processo de auto-avaliação. A implementação da CAF decorre de sucessivos trabalhos entre a equipa interna e externa de auto-avaliação, começando com a explicação intensiva do modelo a todos os grupos profissionais da Escola e aos elementos da equipa interna de auto-avaliação. Seguidamente, elabora-se os indicadores que permitem fazer a auto-avaliação da CAF, e construção dos respectivos questionários (Pessoal Docente, Pessoal Não Docente, Alunos e Encarregados de Educação), bem como de outros instrumentos para a auto-avaliação (por exemplo a Grelha de Auto-Avaliação).A elaboração do diagnóstico organizacional, é baseado no elementos acima referidos, com a definição de pontos fortes a sustentar e áreas de melhoria a desenvolver, com a respectiva média obtida pela Escola (escala de 0 a 5 da CAF). Além disso, são feitas as recomendações e calendarização dos projectos a realizar em conformidade com as prioridades definidas pelos Órgãos de Gestão da Escola (medidas de melhoria).Se a Escola quiser ir mais além do diagnóstico da situação actual e a implementação das medidas, poderá candidatar-se à certificação da EFQM (Committed to Excelence in Europe) que é concedida pela APQ (Associação Portuguesa da Qualidade).O reconhecimento pela EFQM, permitirá o orgulho dos profissionais da Escola em construir um estabelecimento escolar reconhecido, a nível nacional e europeu, como uma entidade pública “comprometida com a excelência” escolar e potenciadora de maior sucesso educativo e do seu importante papel de Cidadania. Face à abordagem sistémica adoptada, esse trabalho servirá também, para optimizar a gestão interna da Escola, potenciando a Liderança e Processos e melhorando o desenvolvimento das Pessoas e das estratégias escolares.

1 Comments:

At 4:22 AM, Blogger Humberto Nascimento said...

Fui nomeado recentemente para coordenar a equipa de auto-avaliação da escola onde lecciono. Este modelo (CAF) chamou-me à atenção. Como o poderia implementar na minha escola? Onde encontro disponíveis os instrumentos de avaliação?

 

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